“Eu determino, eu declaro, eu profetizo: o homem tem autorização Divina para isso? E se fizer, Deus tem que cumprir?”

Debate ocorrido em 07DEZ2016 com a participação dos Pastores Roberto Inácio, Adílson Henrique dos Santos, Humberto Siqueira e Edílson Carlos, e mediação do Pr. Eliel do Carmo. Tema do debate: “Eu determino, eu declaro, eu profetizo: o homem tem autorização Divina para isso? E se fizer, Deus tem que cumprir?"

O Pr. Humberto Siqueira iniciou o debate dizendo que vivemos esse tema de forma anormal, tendo em vista que podemos declarar muitas coisas nas nossas vidas, tais como: “eu sou uma bênção”, “podemos todas as coisas na terra”, dentre outras, bem como profetizar algo que não vem de Deus. No entanto, não sabemos, ao certo, se acontecerão. Temos o direito de profetizar somente aquilo que Deus, por meio do Espírito Santo de Deus nos fala, ou em conformidade com as promessas do Senhor contidas nas Escrituras Sagradas.

No entanto, quando dizemos: “eu determino”, nos remete a algo imperativo, ou seja, uma ordem dada por alguém que exerce uma autoridade. Portanto, depende de alguém que tem o poder para fazê-lo.

Em Marcos 16, 15 a 18:
15E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
16Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.

17E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas;
18Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão.”

Nessa Passagem Bíblica, Deus dá autoridade aos seus Discípulos para expulsarem os demônios, por intermédio do nome de Jesus Cristo. O revestimento que necessitavam para isso viria dos Céus. Tudo depende do Senhor. Não podemos fazer nada de acordo com a nossa vontade, sem a direção de Deus. Nesse contexto, jamais poderemos dar ordens a Deus.

Dessa forma, até podemos profetizar e declarar algo sobre as nossas vidas, desde que seja de acordo com a Palavra e vontade de Deus. A nossa vontade jamais pode prevalecer. Infelizmente, muitos estão vivendo o “imediatismo”, querendo respostas rápidas e achando que resolverão os seus anseios por intermédio apenas de uma única “palavra”.

Em Atos 3, os Discípulos Pedro e João  subiram ao Templo, quando foram interpelados por um homem coxo, pedindo a eles esmola. Naquela ocasião, Pedro disse: “Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda.” (Versículo 6). Havia um objetivo genuíno em Deus, usam o nome de Jesus para fazê-lo. Como dito anteriormente, haviam recebido autoridade para fazer essas coisas.

Muitas pessoas estão declarando coisas absurdas, colocando Deus na “parede”. Reivindicam algo que o Senhor não prometeu. O que Ele tinha que fazer de mais importante, já foi feito na cruz do Calvário, a fim de que tivéssemos acesso à vida eterna. É perfeitamente normal e compreensível que requeiramos algo desta vida, pois necessitamos das bênçãos do Senhor. Mas, não podemos viver de exageros e na ignorância espiritual. Não é somente declarar ou profetizar! Seria muito mais fácil se vivêssemos pautados em Mateus 6, 31 a 33, visto que todas as nossas necessidades e preocupações seriam sanadas pelo Senhor:
“31Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?
32Porque todas estas coisas os gentios procuram. Decerto vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas;

33Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.”

Enfim, se estivermos na autoridade da Palavra de Deus, até podemos declarar ou profetizar.

O Pr. Edílson Carlos ressaltou que as pessoas estão confundindo o Antigo Testamento (AT) e o Novo Testamento (NT). O que os Profetas falavam no AT, de fato, se cumpriam, pois era outro contexto. Em muitas ocasiões, eles profetizavam contra o Rei. Caso as profecias não se cumprissem, o Rei mandava matar o Profeta. No NT, diferentemente, vivemos outra realidade, onde há uma declaração de amor à Jesus e salvação, bem como glorificação ao Senhor. Jesus é o Profeta dos Profetas. Já não existe mais aquela demonstração de poder, conforme havia no AT.

No entanto, estamos fazendo em nome de quem? Deus nos orientou a fazer? Deus nos deu revelação? Na Bíblia Sagrada, Deus diz para Moisés que se algo for profetizado pelo Profeta e não se cumprir, é porque Ele não o enviou. Se o Pastor profetizar que você irá ganhar uma casa ou um carro do ano e não acontecer, é porque Ele não estava nesse negócio.

Trouxe-nos o exemplo de um membro da igreja que não havia estudado para um concurso, pois tivera alguns problemas particulares. O Pastor, naquela ocasião, intercedeu por ele em oração, mas sem determinar nada a seu favor. No final, ele foi aprovado, pois, certamente, Deus foi misericordioso com a sua vida. A vontade do Senhor prevaleceu! Não podemos determinar, mas, sim, orar a Deus. Pois, deste modo, passaremos a depender totalmente da vontade de Deus. Assim, Deus faz ou não faz, é o querer e o efetuar dele!

O Pr. Adílson Henrique enfatizou que o problema está relacionado ao “eu”, o egocentrismo religioso, tendo em vista que muitos acham que podem fazer tudo. Estão descartando a vontade soberana do Senhor. Conforme Filipenses 2, 6 a 9, Jesus, no início de Seu Ministério, esvaziou-se de si mesmo, lançando fora todo “eu”:
6Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;

7E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.
8Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome;”

Infelizmente, muitos líderes eclesiásticos pregam coisas que não estão vivendo. Usam chavões, jargões, frases de impacto, a fim de persuadirem pessoas a acreditarem em suas ideias. Conforme dito acima, tentam mostrar o imediatismo para se alcançar uma bênção, pois muitos estão em busca somente da prosperidade ou de alguma bênção específica. Necessitamos ter muito cuidado com os “protótipos de invencionismos” criados dentro das igrejas, pois poderá perder o foco em Cristo.

Jesus é o nosso foco. Conforme João 14, 6: “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” Não podemos colocar Deus numa caixinha de experimento. Deus não é manobrado por alguma situação ou fala. Precisamos entender que Deus é soberano. Ele é o caminho, a verdade e a vida.

Em Eclesiastes 1, 2: “Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade.” Na verdade, todo o homem é vaidoso! Mas, nesse contexto, se deixarmos o “eu” sair e Jesus entrar, o Senhor nos exaltará soberanamente. Por esse motivo, não podemos determinar nada, mas, sim, colocar-nos diante de Deus, pois quando Ele está no comando tudo é diferente.

O Pr.Roberto Inácio ressaltou que vê essas questões como modismo, chamado de novo pentecostalismo cristão. Há tempos atrás,  quando não havia nada disso, como eram as respostas de Deus? O povo sempre esteve voltado para a palavra de Deus, crescia espiritualmente e prosperava de modo natural. Atualmente, nas igrejas, há uma necessidade de se criar uma “roupagem” nova, tendo em vista que as pessoas foram levadas por essa onda de declarações e profecias.

Observamos que vários Pastores solicitam aos membros para profetizarem em prol dos nossos irmãos em Cristo. Talvez, isso tenha apenas um valor momentáneo, pois afeta somente o estado emocional dessas pessoas. Se profetizarmos, temos certeza que essas coisas irão acontecer?  Será que Deus está envolvido nisso? Em muitos casos, Deus está fora dessas questões, conforme podemos meditar em Jeremias 23, 11 a 16:

11Porque tanto o profeta, como o sacerdote, estão contaminados; até na minha casa achei a sua maldade, diz o Senhor.
12Portanto o seu caminho lhes será como lugares escorregadios na escuridão; serão empurrados, e cairão nele; porque trarei sobre eles mal, no ano da sua visitação, diz o Senhor.
13Nos profetas de Samaria bem vi loucura; profetizavam da parte de Baal, e faziam errar o meu povo Israel.
14Mas nos profetas de Jerusalém vejo uma coisa horrenda: cometem adultérios, e andam com falsidade, e fortalecem as mãos dos malfeitores, para que não se convertam da sua maldade; eles têm-se tornado para mim como Sodoma, e os seus moradores como Gomorra.
15Portanto assim diz o Senhor dos Exércitos acerca dos profetas: Eis que lhes darei a comer losna, e lhes farei beber águas de fel; porque dos profetas de Jerusalém saiu a contaminação sobre toda a terra.
16Assim diz o Senhor dos Exércitos: Não deis ouvidos às palavras dos profetas, que entre vós profetizam; fazem-vos desvanecer; falam da visão do seu coração, não da boca do Senhor.”

Como já dito anteriormente, estamos voltados, na maioria das vezes, para o imediatismo. O que as pessoas querem? Apenas receber uma bênção imediata? Querem entrar nas igrejas e já saírem abençoados! Quando nada acontece aparentemente, vão buscar alguma outra igreja onde dizem que lá as coisas, de fato, acontecem! Necessitamos entender que a paciência de Deus é diferente da nossa. Infelizmente, somos limitados a entender essa questão. Há tempo para todas as coisas (Eclesiastes 3). Tudo depende da vontade soberana de Deus.

Na verdade, precisamos ser mais crentes, mais santos, orar mais, praticar a leitura bíblica, a fim de melhorar o nosso relacionamento com o Senhor, pois somente, assim, estaremos mais próximos e íntimos a Ele. Esses alicerces são fundamentais na vida do Cristão. Se fizermos isso, certamente, as bênçãos que tando aguardamos virão no momento certo da vontade de Deus sobre as nossas vidas.

As profecias são mensagens de Deus para os nossos corações. Contudo precisamos entender o seu objetivo antes de aceitar o que ouvimos. Por isso, o apóstolo Paulo orienta que devemos julgar as profecias (I Coríntios 14.29). O próprio Senhor Jesus advertiu que guardai-vos dos falsos profetas (Mateus 7.15). Então devemos pedir a Deus o discernimento para que “não deis crédito a qualquer espírito, antes provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo a fora” (I João 4.1).

O profeta representa a voz de Deus falando com o homem. Precisa ter cuidado de falar somente o que Deus mandou e da forma que Deus disse (Jeremias 23.28). Quando a profecia vem de Deus mesmo, produz paz no coração de quem recebe “porque Deus não é Deus de confusão e sim de paz” (I Coríntios 14.33).

Conforme I Coríntios 14, 3: “Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação.”, o Pr. Eliel do Carmo disse que a Profecia tem um objetivo de edificação, exortação e consolação. No entanto, em muitos momentos, profetizamos pois desejamos algo. O Pr. Humberto Siqueira ressaltou que não podemos falar profeticamente inspirado por si mesmo. Assim como o Apóstolo Paulo, somos inspirados divinamente pelo Espírito Santo de Deus para profetizarmos. Falamos em nome de Jesus, somente se estivermos falando por Ele. O verdadeiro Profeta recebe de Deus e fala ao povo, diferentemente do Sacerdote que leva as pessoas até a Deus.

Trouxe-nos o exemplo de Moisés, conforme descrito em Números 13, quando questionou a Deus acerca das dificuldades que estava tendo para apascentar todo o povo de Israel, sentindo-se bastante sobrecarregado com aquele fardo. Após Moisés questionar a Deus, disse o Senhor a Moisés: “Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel, que sabes serem anciãos do povo e seus oficiais; e os trarás perante a tenda da congregação, e ali estejam contigo”. (Números 11, 16).  No Versículo 17: “Então eu descerei e ali falarei contigo, e tirarei do espírito que está sobre ti, e o porei sobre eles; e contigo levarão a carga do povo, para que tu não a leves sozinho.

O Espírito Santo de Deus estava repousando sobre a vida daqueles 70 anciãos, quando, então, profetizavam diante da congregação. Mas, depois, nunca mais, conforme o Versículo 25: “Então o Senhor desceu na nuvem, e lhe falou; e, tirando do espírito, que estava sobre ele, o pôs sobre aqueles setenta anciãos; e aconteceu que, quando o espírito repousou sobre eles, profetizaram; mas depois nunca mais.” Depois disso, somente Eldade e Medade continuavam profetizando no Arraial, mas foram questionados pelo ciúme de Josué. Moisés, então, disse a ele: “Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta, e que o Senhor pusesse o seu espírito sobre ele!”(Versículo 29). Podemos, sim, ser usados por Deus como Profetas para profetizarmos, mas há necessidade de recebermos a autoridade de Deus, bem como a presença do Espírito Santo.

Por outro lado, não sendo Profeta, não há nada de errado quando profetizamos em prol de alguém, quando, por exemplo, oramos e consagramos uma criança ao Senhor. É apenas uma motivação pessoal. A diferença é que não estamos usando o nome de Jesus para tal. O problema maior é quando determinamos algo no mundo espiritual, sem que seja a vontade de Deus. Como já dito diversas vezes, precisamos ter o cuidado com esses neologismos, como o intuito, somente, de nos trazer um suprimento emocional. Ou seja, há mais um valor psicológico do que spiritual. Na maioria das vezes, nossa mente diz: “Agora tudo vai se resolver!”. Mas, se não der, ficamos totalmente frustrados e, consequentemente, nos afastamos de Deus.

Tudo pode acontecer ou não, mas sempre dependerá da vontade soberana de Deus. Continuaremos sempre clamando a Ele e intercedendo por algo, sem esmorecer na fé. Enquanto Ele não diz NÃO, temos o direito de continuar pedindo. É Ele que nos sustenta, nos livra de todo o mal, cura, perdoa, transforma, enfim, tudo que o Senhor faz é bom e agradável àqueles que O aceitaram verdadeiramente. O nosso objetivo deverá ser sempre de glorificação ao Seu nome.

O Pr. Eliel do Carmo ressaltou a Passagem Bíblica em Jó 42, 7: “Sucedeu que, acabando o Senhor de falar a Jó aquelas palavras, o Senhor disse a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos, porque não falastes de mim o que era reto, como o meu servo Jó.” No entanto, muitas pessoas não tem entendimento desta Palavra, pois quando recebem uma “profetada” ficam revoltadas com Deus e não com o falso Profeta.

O Pr. Edílson Carlos nos trouxe o exemplo de uma idosa enferma, de 85 anos de idade, que estava internada há alguns dias num hospital público, com uma grave doença e totalmente debilitada. Aquela família que estava sofrendo com aquela situação recebeu uma falsa profecia que ela não morreria. No entanto, após alguns dias, ela veio a falecer. Todos ficaram perplexos e revoltados com Deus, pois as suas promessas proferidas pela boca daquele Profeta não se cumpriram. Na verdade, receberam uma falsa profecia. Certamente, aquela revelação fazia parte da imaginação do homem. Todavia, ninguém questionou ao Profeta, mas, sim, a Deus que não tinha nada a ver com aquela situação. Devemos lembrar de Jó 42, 7!

Quando Jesus fazia os milagres, dava sempre graças a Deus, e dizia para a pessoa que havia recebido o milagre: “Vá e não diga nada a ninguém”. Infelizmente, hoje, o homem procura estar no centro de todas as coisas, fazendo marketing de si mesmo e criando as suas próprias doutrinas.

Em Mateus 17, 20: “20E Jesus lhes disse: Por causa de vossa incredulidade; porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível.” Esta Palavra nos mostra que necessitamos colocar em prática o poder da fé em Deus, mas não determinar que as coisas aconteçam. Quando oramos a Deus e agimos por fé, Ele é poderoso para fazer, de acordo com a Sua vontade. Não podemos dizer ao morto para ele levantar, não podemos dizer que não haverá mais seca no Nordeste, dentre outras coisas. Ou seja, não podemos determinar para algumas coisas e para outras não, pois sabemos que não irão se concretizar. Isso tudo é uma falsidade ideológica e engano da fé alheia.

O Pr. Eliel do Carmo realizou o seguinte questionamento: Será que isso não é uma questão de nomenclatura? O diabo fica amarrado?  Em Marcos 16, 17, Jesus diz: “...em meu nome expulsarão demônios...”. A impressão que dá é que a nossa mente fica muito fértil com essas questões, a ponto de podermos determinar qualquer coisa na terra.
O Pr. Adílson Henrique enfatizou que muitos estão ficando decepcionados, pois criam uma expectativa de culto e liturgia que, geralmente, não acontece nas igrejas.  Para determinar que o demônio saia da vida de alguém, temos que falar em nome de Jesus e por intermédio da autoridade que Ele nos deu. Para tal, precisamos recebê-la. Não pode ser feita de qualquer maneira.

Em 1 Samuel 17, quando David se apresenta diante do Rei  Saul, a fim de lutar contra o gigante Filisteu, não agiu de forma precipitada. Sabia que precisava aguardar a ordem do Rei, tendo em vista que a sua autoridade havia sido instituída por Deus, bem como foi consagrado para isso. Quando Saul disse: “Vai e o Senhor seja contigo”, ele estava pronto para guerrear contra Golias. Só guerreou após a ordenança do Rei. Este exemplo nos faz refletir, pois nem todos têm autoridade ou a permissão do Senhor para agir em determinadas situações.

Quando o nosso “eu” age, é porque Deus já saiu de nossas vidas há muito tempo. O homem não pode agir por meio de suas próprias forças, pois ficarão decepcionados com os resultados. Criarão uma falsa expectativa. Para Deus agir temos que andar em Sua presença, pois senão nada irá acontecer.

A igreja fala da soberania de Deus? Será que conhecemos o seu real significado? Soberania significa superioridade derivada de autoridade, domínio e poder. Deus é soberano em todas as coisas! Infelizmente, muitas pessoas não compreendem essa questão, bem como não tem preocupação em conhecê-lo verdadeiramente. Em Romanos 1, 19 a 20:
“19Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.20Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;

A criação, o tempo, as estações do ano, bem como muitas outras coisas nesta terra, demonstram a sua soberania. Isso tudo é indiscutível! Deus é capaz de fazer coisas impossíveis aos olhos naturais do homem. Muitas igrejas defendem a ideia que podemos realizar tudo de forma imediata. Deus não é apressado e não adianta apressá-lo, pois Ele tem o momento certo para agir. O livro de Jó mostra exatamente a soberania de Deus. Jó teve um momento de grandes tribulações, conforme a permissão de Deus, mas teve o momento certo de ser restituído em dobro por todas as suas perdas. Aguardem o  tempo de Deus e saibam que Ele tem o seu modo de agir.

Se você determinar com fé acontece ou se não acontece é porque você não teve fé? Quem tem o poder de mensurar a fé do outro? O Pr. Humberto Siqueira deixou bastante claro que não temos o poder de mensurar a fé de ninguém. Posso até pedir a Deus por algo, mas precisamos estar preparados para nos frustrarmos, pois nem sempre a nossa vontade vai prevalecer. Necessitamos ter cuidado com certas interpretações bíblicas, tais como: “....se tiverdes a fé de um tamanho de um grão de mostarda poderemos remover um monte....”. Cuidado, pois, na maioria das vezes, não conseguimos nem remover uma “poeirinha” de nossas vidas. Deus não é do “já”. Tudo acontece no Seu tempo. Por até mesmo orar por uma situação que requer urgência, mas dependerá de sempre de Sua vontade soberana, conforme já ressaltado inúmeras vezes durante este debate. O Cristão necessita ter bastante atenção com os jargões criados e que podem distorcer determinado entendimento da Palavra. Todas as classes sociais possuem uma linguagem específica. Às vezes, se torna intelegível! Lance isso fora e foque somente no ensino bíblico.

O Apóstolo Paulo diz em Romanos 8, 28: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.”

Será que amamos a Deus segundo o seu propósito? Ele tem um propósito para cada um de nós! Não existe a vontade passiva de Deus. Ou seja, o que eu quero, Deus não deixa existir se não for da Sua vontade. Podemos fazer tudo o que queremos; determinar, declarar, profetizar, mas a vontade de Deus sempre será mantida em nossas vidas. No final, precisamos cumprir o que Deus quer de cada um de nós.

O Pr. Eliel do Carmo ressaltou a oração de Cristão: “Deus, eu  não estou pedindo, eu estou mandando!

O Pr. Edílson Carlos disse que essa pessoa não conhece a soberania de Deus, pois se a conhecesse teria extremo temor diante dEle. Quando tememos a Deus, somos criteriosos em nossas palavras. Conforme dito em Romanos, Ele é o Senhor e nós somos o vaso. Em Isaías 43, 26: “Faze-me lembrar; entremos juntos em juízo; conta tu as tuas razões, para que te possas justificar.” O que você quer está justificado? Então, Ele vai te abençoar! Devemos aprender que Deus jamais rejeitará um coração quebrantado e um espírito contrito. Não vá pelo caminho da determinação, se humilhe e ponha o seu joelho no pó.

Qual o motivo da correria das pessoas em busca das bênçãos de Deus? Em 1 Pedro 5, 7 é dito: “Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.” Por que muitos necessitam buscar lugares para que os seus anseios sejam atendidos de forma imediata? O Pr. Adílson Henrique disse que na realidade as pessoas querem o que é palpável. Querem ver para crê, agindo conforme Tomé. Não são levadas ao sacrifício do Calvário. Precisam entender que são pecadoras e que há um Deus que está disposto a abençoá-las. Podemos viver debaixo da proteção Divina. No entanto, não queremos nos submeter a Deus. Há pessoas com 20 anos de evangelho, que desistem de tudo, pois, após esse tempo, não tiveram as suas vontades atendidas. Será que não receberam nada de Deus? Essas pessoas não querem servir ao Senhor, mas que o Senhor as sirva. Além disso, agem de modo rebelde, dizendo: “Se Deus não me ouvir, eu não quero mais”. Te ouvindo ou não, Deus sempre será Deus!  Deus não vai se sujeitar a elas.

O Pr. Eliel do Carmo enfatizou a oração do “Pai Nosso”, em Mateus 6, 10: “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu;”. Esse ensinamento nos mostra por si só que a vontade de Deus é que prevalece sobre as nossas vidas. O Pr. Roberto Inácio enfatizou que as nossas orações deverão ser sempre segundo a vontade do Senhor, não impondo nada que seja contrário ao que Ele quer para cada um de nós. Ele é o Senhor sobre todos e em todas as situações. Somos abençoados e sustentados por Deus. Nunca deixou de agir a nosso favor! Por isso,  espere, confie e creia, porque Deus é soberano e misericordioso para nos abençoar.

Finalizou, ressaltando João 12, 26: “Se alguém me serve, siga-me, e onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o honrará.” Deus ama a prosperidade de seu povo. Devemos aguardar o seu agir, servindo-o com alegria. No momento certo, Ele te abençoará.

O Pr. Eliel do Carmo enfatizou a importância de Mateus 24, 4: “Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane;” Essa foi uma advertência de Jesus para os Discípulos!
Ao final do debate, o Pr. Humberto Siqueira deixou o seguinte trecho de uma música para nossa meditação: “Se ele fizer é Deus, se Ele não fizer, também, é Deus.”

Conclusão do Debate

O Debate nos trouxe os seguintes ensinamentos:

  1. Podemos declarar e profetizar muitas coisas, mas somente acontecerão se for da vontade de Deus;
  2. Espiritualmente, profetizamos somente aquilo que Deus nos fala. Podemos ser usados como Profetas para profetizarmos, mas há necessidade de recebermos a autoridade de Deus, bem como a presença do Espírito Santo;
  3. Não podemos fazer nada de acordo com a nossa vontade, sem a direção de Deus;
  4. Determinar alguma coisa depende de alguém que tem autoridade para fazê-lo. Ninguém determina nada a Deus. Dependa totalmente de Sua vontade soberana;
  5. Se algo for profetizado pelo Profeta e não se cumprir, é porque Deus não está nesse negócio. Cuidado para não se frustrar;
  6. Cuidado com os jargões criados dentro das igrejas, para atrair o povo que está em busca de uma bênção imediata, pois poderá perder o foco em Cristo. Deus não age no tempo do homem, mas do seu modo e no momento certo;
  7. Guardai-vos dos falsos profetas. Para isso, necessitamos buscar mais a Deus, a fim de termos discernimento espiritual. A verdadeira profecia sempre trará paz aos nossos corações. O que profetiza fala para edificação, exortação e consolação;
  8. Não fale  profeticamente inspirado por si mesmo. Deixe Jesus entrar na sua vida, lançando fora o seu “eu”. Seja “Cristocêntrico”. Quando o nosso “eu” age, é porque Deus já saiu de nossas vidas há muito tempo. O homem não pode agir por meio de suas próprias forças, pois ficarão decepcionados com os resultados;
  9. Não espere que o Senhor o sirva, mas sirva ao Senhor com alegria, pois Ele te abençoará; e
  10. Ore sempre de acordo com a vontade de Deus. Se Ele não fizer algo que você esteja pedindo, continuará sendo Deus, se atendê-lo é porque é Deus.


IADJAN, a Igreja que ama você.



 

 

 

 

 

 


 
 

 

 

 

 

 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Untitled Document