Amar ao próximo é ajudá-lo em tudo ou há critérios?

Por Pastor Adilson Henrique

Debate ocorrido em 30MAR2015. Foram discutidas diversas questões, tais como: Podemos amar a Deus, se não amarmos ao próximo? O que, de fato, é o amor? Temos que ajudar ao próximo de modo incondicional? Ao amar, precisamos ser seletivos?. Mas a grande questão foi a seguinte: Amar ao próximo é ajudá-lo em tudo ou há critérios?

Inicialmente, foi ressaltado que não podemos amar a Deus, se não amarmos ao próximo.

O Pr. Paulo Afonso enfatizou a definição bíblica do amor não como sentimento, mas sim como uma decisão, que transita pela emoção, sentimento, vontade e intelecto. Vai sair, então, do livre arbítrio.

Entende que o amor é inteligente! O Apóstolo Paulo em 1Co 13 dá uma aula sobre o amor. Sendo inteligente, não se submete em determinadas situações. Razão pela qual podemos afirmar que existem, sim, critérios que são definidos pela inteligência do amor. Um dos critérios é distinguir se a pessoa é realmente uma necessitada. Infelizmente, muitos atuam como artistas, dentro das igrejam, para satisfazerem as suas necessidades secundárias.

Temos que avaliar se a nossa ajuda não está, de alguma forma, alimentando o vício do necessitado. Geralmente, pedem ajuda, mas não conseguem se satisfazer. Amar não é ceder à pressão psicológica que lhe diz: ....você não me ajudava ou não tem amor.... Isso é transformar o amar num "assalto a mão armada".

Precisamos levar o verdadeiro evangelho que transforma vidas e não apenas o social. Desta forma, ajudar ao próximo envolve, sim, critérios. Pois, caso contrário, estaríamos sendo coniventes com algumas situações. A igreja precisa orientar essas pessoas e não alimentar um possível vício.

O Pr. Adílson Henrique dos Santos enfatizou que o tema é impactante e que em 1 João 3,16: "Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos", nos dá a impressão que há uma amplitude para fazermos tudo em prol do nosso próximo, de modo incondicional.

No entanto, precisamos ser seletivos! O amor de Deus é tão especial, a ponto de ter dado Seu único filho em favor da humanidade. Mas somente para aqueles dispostos a amá-lo e receber o Seu amor. Está condicionada à necessidade de amarmos ao seu filho que morreu na cruz do calvário. Infelizmente, existem pessoas vivendo na igreja ou fora dela somente para receber algo material. Alguns participam, esporadicamente, dos cultos somente para receber, por exemplo, cesta básica. Não estão lá por amor a Deus, em virtude do sacrifício na cruz.

Desta forma, precisamos ser cuidadosos e seletivos, pois poderemos ajudar a essas pessoas entrarem na classe dos aproveitadores. Isso não é amar! Estaríamos, assim, permitindo que elas não cheguem aos céus. Posso ajudar, mas não posso fazer tudo! existem muitos "malandros" que não querem trabalhar e se aproveitam da obra social nas igrejas. Por esse motivo, tem que haver critérios e voltarmos mais para o ensinamento bíblico. Muitos querem ser empurrados no carrinho, mas não querem empurrar o carrinho!

O Pr. Manassés Brito disse que Jesus afirmou em Mateus 22, 37: "E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento". Mais adiante, Jesus aperfeiçoa esta lei, dizendo que devemos amar ao próximo como ele nos amou: João 15, 12 "O meu mandamento é este: Amem-se uns aos outros como Eu os amei". Como Jesus amou? A bíblia nos traz muitos exemplos, tais como o perdão de Cristo em relação à mulher prostitua.

Assim como qualquer outra pessoa, as prostitutas têm a oportunidade de receberem a salvação e a vida eterna de Deus, de serem purificadas de toda a sua injustiça e de receberem uma nova vida! Tudo o que devem fazer é voltar-se contra o seu estilo de vida pecaminoso em direção ao Deus vivo, cuja graça e misericórdia são ilimitadas. "E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas" (2 Co 5:17). 

Nesse contexto, Jesus nos mostra a importância da orientação bíblica!

Temos, também, o exemplo do jovem rico que pergunta à Jesus: O que devo fazer para possuir o reino dos céus? Jesus, então, lhe responde: "Se você quer ser perfeito, vá, venda os seus bens e dê dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro nos céus. Depois, venha e siga-me". Naquela ocasião, então, simplemente virou as costas e foi embora. Jesus não correu atrás dele e tentou negociar, a fim de dar um jeitinho. Vivemos numa época diferente da de Cristo e, por isso, tem que haver critério. Por isso, precisamos avaliar o real interesse e a situação.

O Bispo David Roberto ressaltou que temos capacidade de promover parcerias e, assim, viver em sociedade. Melhor é sermos dois do que um. Quando um estiver caído, tem outro que nos ajuda a levantar. A bíblia diz em Isaías 41,6: "Cada um ajuda o outro e diz a seu irmão: "seja forte"". Ressaltou que há dois pontos a serem observados: A quem ajudar? e Como ajudar?. Tenho a obrigação de ajudar a qualquer pessoa que chegar a mim. Assim, devemos ajudar a todos sem distinção e critérios. No entanto, a questão de como ajudar é mais complexa. Será que estamos ajudando da maneira correta? em relação à questão financeira, por exemplo, estou resolvendo apenas os efeitos do problema ou tentando, de alguma forma, eliminar as causas? Será que o necessitado passou dos limites ou continua alimentando os seus vícios? Se apenas ceder aos seus anseios, certamente não estarei o ajudando verdadeiramente, pois não conseguiria eliminar as causas do problema.

Muitas pessoas estão usando o amor para obter vantagens. Muitos são tidos como contumazes pedintes dentro das igrejas. O amor, como vimos acima, não é um sentimento, não é coração! o Pr. Adílson Henrique ressaltou que o dinheiro é a raiz dos males. Temos que ter cuidado com a bondade excessiva, pois muitos se aproveitam da situação. Não haja como um "bobo" ou de forma muito generosa. Temos que aprender a selecionar e evitar sermos complacentes com determinadas situações. Às vezes, a pessoa precisa ouvir a verdade! ser orientada de fato. Temos que mostrar o caminho certo a ser seguido. Ou usamos o critério ou viveremos pelo critério dos outros!

Há necessidade de avaliarmos cada caso. Podemos citar o exemplo do crente fiel e dizimista a Deus, que perde o seu emprego e necessita, de fato, da ajuda da igreja. Temos a obrigação de ajudá-lo. Não podemos nos esquecer daqueles que realmente são considerados necessitados e não estão listados na classe dos "aproveitadores".

Precisamos, sim, nos envolver com aquelas pessoas que estão em pecado, a fim de exortá-las, discipliná-las e ajudá-las. Precisamos com mansidão nos aproximar delas e ajudá-las, dizendo tudo aquilo que precisam verdadeiramente ouvir.

Enfim, atualmente, percebemos que o evangelho é vítima de aproveitadores. O amar não é dizer sim para todas as proposições que são apresentadas. O necessitado precisa sair da sua zona de conforto e não ficar "deitado" aguardando a ajuda do seu irmão. A igreja não consegue resolver o problema de todos os necessitados. Nem o próprio governo consegue. Mas a igreja possui a obrigação de orientar e mostrar o verdadeiro caminho a ser seguido para eliminar as causas do problema.

Se você quiser aprender um pouco mais sobre tudo aquilo que foi debatido, clique acesse "Debate Melodia" - link http://melodia.com.br/audios/debate-melodia/17

 

 

 

 


 
 
 

 

 

 

 

 

 

   
   
   
   
   
   
   
   
   
   
   
   
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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