O Pr. Adílson Henrique abriu o debate e ressaltou que os desigrejados fazem parte de um grupo de pessoas que não está somente fora da igreja, pois muitos ainda estão dentro dela. Porque existem pessoas desigrejadas dentro da igreja, as quais começam a discordar do Pastor e lideranças, questionam o sistema e as coisas do evangelho, trazendo as suas próprias idéias. No início procura sentar nos primeiros bancos, logo depois começa a sentar nos últimos e, logo em seguida, se afastam da igreja, para viverm os seus próprios conceitos e forma de vida.

Eles criam a sua própria estrutura, pensamento e igreja. Agem dessa forma, porque está descontente com o Pastor, sistema e lideranças. Então, o que fazer? uma pessoa dessas torna-se cética com o evangelho e já não tem mais expectativas.

A bíblia nos ensina que devemos viver em comunhão e ninguém consegue vivê-la se estiver sozinha. E naturalmente vai desejar viver como um desigrejado. Muitas estão decepcionadas, magoadas e se sentindo traídas pela confiança das lideranças. Na verdade, não podemos desistir dessas pessoas. Precisamos avançar e fomentar uma situação para que essas pessoas voltem ao evangelho. A igreja não pode jamais desistir delas.

A liderança tem que fazer mea culpa em virtude dessa situação? O Pr. Humberto do Carmo enfatizou que o que move o mundo não são as respostas, mas sim as perguntas. E, por isso, essa questão precisa de uma reflexão, que vai nos fazer não encontrar uma solução, mas um caminho para minimizar esse problema. Existe uma mea culpa sim, pois muitas das vezes nos isolamos. O erro é dos dois lados. Os Pastores também tem culpa, porque sempre cometemos falhas. Há um problema dentro das igrejas, pelas lideranças, em não reconhecer os próprios erros, em virtude da vaidade. Na bíblia temos exemplos de líderes que reconheciam os seus erros, tais como o Rei David.

Uma das principais causas dos desigrejados está relacionada à questão emocional, tendo em vista que sofreram um trauma ou decepção. Citou como exemplo, o filme "Deus não está morto", onde um debate envolvendo um professor e aluno, mostrou, claramente, que a maior decepção daquele aluno era motivado pelo fato de Deus não ter curado a sua mãe. Ou seja, o seu afastamento da igreja, não partiu de um racionalismo, mas sim de uma frustração. Defende que quase todos os desigrejados sofreram alguma questão emocional.

O Pr. Walter Miranda enfatizou que as famílias possuem um grande problema. Geralmente, os pais não reconhecem os seus erros perante os filhos, por medo de perderem a sua autoridade. Isso também ocorre dentro das igrejas, pois somos uma família. Existem muitas pessoas machucadas, deprimidas, com feridas profundas, mas que a igreja não soube lidar com a situação. Muitos querem apenas uma "mão amiga". A igreja precisa procurar a ovelha, visitá-la, dialogar com ela, enfim, estar mais próxima, sem que haja preconceito ou críticas. Não podemos abandoná-las. Precisamos reconhecer, também, que, em alguns momentos, necessitamos pedir perdão. Pois, somente assim, poderemos ganhá-las de volta.

O Pr. Teodomiro, que estava completando mais um ano de vida, mostrou-se bastante preocupado com as ovelhas que já não vivem mais no aprisco de Cristo. Estão desmotivadas e vivendo num ostracismo, procurando viver a sua própria realidade. Existem muitos crentes, tementes a Deus, que estão fora da igreja. Na década de 80, tomou conhecimento de um líder religioso que disse: "Cristo sim, igreja não!". Alguns, então, passaram a segui-lo e começou a andar pelas ruas, de casa em casa, tentando abandonar o templo.

No entanto, anos depois, nem na igreja e nem nas ruas, procurou fazer a vontade de Deus. Foi buscar os seus próprios caminhos e abandonou completamente a direção de Deus. Provérbios 18, 1 diz que aquele que busca os seus próprios desejos se isola. Pensa, que podemos ajudar a muitas pessoas que estão necessitadas, precisando voltar à comunhão com Deus. Em Apocalipse 3, 20: "Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo". Crê que com esse debate, Deus está batendo nas portas de muitos para que voltem a congregar. Ressatou, também, que existem muitos pastores feridos, fora das igrejas, que estão pagando um alto preço motivado pela ingratidão das igrejas e ovelhas. Muitos estão no ostracismo! Fez uma apelo para que essas pessoas voltem para a igreja.

O Pr. Adílson Henrique falou que um dos principais problemas está relacionado ao desigrejado que está dentro da igreja. Está lá, cultua, participa do processo e dos cultos rotineiramente, mas seu coração não está ali. Particpa apenas como uma obrigação, por exigência dos pais ou alguma outra situação. Acaba não crescendo e tendo maturidade espiritual. Há pessoas que, também, se decepcionam dentro das igrejas. Trouxe um exemplo de uma família que se afastou e foi para outra igreja. Estava magoada com o Pastor. Na ocasião, procurou visitá-la e lhe pediu perdão. Na verdade, os membros daquela família estavam congregando em casa, pois não estavam se sentindo a vontade na igreja. Temos que reconhecer o erro e não entar no caminho da vaidade e do orgulho. Precisamos buscar os desigrejados e entendê-los, por meio, principalmente, do diálogo, e tratando-os com amor e carinho.

O Pr. Humberto Siqueira disse que muitos afimam não estarem mais na igreja, como instituição, mas que fazem parte do corpo de Cristo. Não entende, como essas pessoas fazem parte do corpo de Cristo sem estarem no corpo. Uma mão não pode andar sozinha. Em João 15, 7 diz: "Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito". Qual o segredo da história: permanecer em Cristo! há muitos motivos para se afastar da igreja. Exemplificou que um membro saiu da igreja porque não falava em línguas, outro por não ter oportunidade para pregar e, até mesmo, pelo fato do Pastor não falar com ele. Qual o conselho? não se afaste dos caminhos de Deus. No trabalho secular, o frustrado não vira as costas para o seu patrão e vai embora. Precisamos ter intimidade com Deus. Tudo parte de uma questão emocional, conforme ressaltou anteriormente.

Deveria existir um grupo treinado para lidar com essas situações? O Pastor Walter Miranda entende que tudo que por possível ser feito para trazer de volta do desigrejado é plausível. Existem dois tipos: aquele que está na igreja, mas seu coração não está ali e aquele que é um murmurador, crítico e servo do contra. Essa pessoa precisa ser conhecida e trabalhada, pois está com algum problema emocional. Além disso, existem as "panelinhas" que acabam isolando alguns membros. Esse grupo com apoio do Pastor, com uma visão pastoral e participação, também, do Pastor da igreja é fundamental para trabalhar e entender essas pessoas e acabar com a "panelinha".

Não falta comunicação com os membros da igreja? Muitas das vezes, não temos paciência com os nossos irmãos para ouvi-lo, dialogar e ensiná-lo. O Pr. Teodomiro enfatizou que a comunicação é muito importante. O líder e o Pastor tem que estar atentos com as suas pregações, ensinamentos e tudo aquilo que eles postulam, a fim de que sejam entendidos. Geralmente, gosta de provocar os membros, durante as suas pregações, para que possa saber se todos estão compreendendo. Na verdade, existem muitos bloqueios, ruídos e interferências que acabam prejudicando a comunicação.

Fez um apelo, se você estiver naufragando, retorne para a igreja, pois ela pertence à Deus e não ao Pastor. Não viva conforme a sua vontade. Se estiver em crise, volte para o ministério, pois Deus vai abençoar a sua vida. Não podemos viver de sentimentalismo.

Existe alguma estratégia? chegou-se a conclusão, que a maioria dos desigrejados são de pessoas frustradas. O Pr. Adílson Henrique enfatizou, então, que precisamos criar estratégias para ganharr o povo que está desanimado e triste. Quando recebemos algum crente, procuramos conversar com ele e mostrar que, onde tem pessoas há problemas. Partindo desse princípio, não adianta questionar ou criticar alguém. Temos que ter preocupação com esses membros não somente na entrada, mas também na sua saída. Precisamos criar um grupo de pessoas preparadas, pois muitos tem experiência e conhecimento, para lidar com elas.

Existem, também, pessoas dentro das igrejas que não concordam com determinadas decisões adotadas pelo Pastor e, por serem bastante "antigas" colocam-no contra a parede para que as suas vontades venham a prevalecer. Essas pessoas, também, precisam ser tratadas, pois não podem manobrar com a igreja. Temos que ter estratégia para ganhar aqueles que estão fora, mas muito mais aqueles que estão dentro das igrejas e se perdendo.

Onde está escrito que devemos congregar em templos físicos? O Pr. Humberto do Carmo trouxe inúmeros exemplos bíblicos tais como: João 21, Atos 2, Ezequiel 34, mas o mais tradicional está em Mateus 16, 18: "Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela", quando a igreja, de fato, foi constituída. Tenham cuidado, pois existem muitas pessoas revoltadas, tentando criar as suas próprias igrejas.

O Pr. Teodomiro concluiu o debate, ressaltando Ezequiel 34,16: "A perdida buscarei, e a desgarrada tornarei a trazer, e a quebrada ligarei, e a enferma fortalecerei; mas a gorda e a forte destruirei; apascentá-las-ei com juízo". Mais uma vez, dizendo a todos aqueles que tem tido dificuldades e que se virou um desigrejado, volte para o aprisco de Deus.

Se você quiser aprender um pouco mais sobre tudo aquilo que foi debatido, clique acesse "Debate Melodia" - link http://melodia.com.br/audios/debate-melodia/17