O Pr. Eliel do Carmo abriu a mediação do debate, ressaltando que a grande dificuldade deste assunto está relacionada pelo fato de sermos muito falhos e pela responsabilidade que temos, como líderes, diante de Deus. Como diz em 1 Timóteo 4,12: "Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza".

O Pr. Pedrão enfatizou que possui uma postura de vida voltada para a disciplina e que não tem dificuldades de ser liderado por ninguém, independente de sua classe social e grau de instrução. Mas preza, por aqueles que, de fato, vivem e praticam aquilo que pregam. Muitos são dotados apenas de teorias, mas não praticam aquilo que falam. Jesus nos alertou que haveria dois tipos de pessoas: o tolo e o sábio. O tolo é aquele que constrói a casa de qualquer maneira sobre a areia de qualquer jeito. O sábio é aquele que ouve e pratica e, por isso, constrói alicerces fortes e poderosos. Temos que primar pelo exemplo, mas isso é muito custoso, em virtude de nosso temperamento, em alguns momentos. A liderança precisa ser um exemplo, mas, infelizmente, no Brasil carecemos de lideranças verdadeiras em grandes e pequenas proporções. Temos a responsabilidade de governar a nossa própria casa e, também, ser padrão de exemplo para os fiéis, o que exige uma luta e desafio diário. Deus não fará por você aquilo que você pode. Por isso, se tiver que pedir perdão peça, pois Deus

O Pr. Adílson Adílson Henrique ressaltou a dificuldade de sermos exemplo, em virtude de nossas limitações e restrições como homem. Deixou claro que o líder precisa ser apaixonado por aquilo que faz. Essa paixão e amor vai fazer que muitas das vezes sejamos confrontados. Jesus quando chegava em algum lugar, as pessoas queriam apenas os milagres, mas não aceitavam as Suas ideias, pois era um líder muito diferente daquilo que as pessoas esperavam. Também, como líderes, somos confrontados diariamente pelas nossas ideias. Trouxe como exemplo o pecado contínuo praticado por um jovem, que sempre solicitava a oração do Pastor, mas que, em algum momento, precisou ser confrontado pela sua atitude pecaminosa.

Por esse motivo, muitas das vezes, iremos desagradar, por chamarmos a atenção de condutas praticadas por alguém. E, por isso, seremos questionados, tendo em vista que, na maioria das vezes, não aceitamos sermos confrontados. Às vezes, precisamos ser profetas e falar a verdade, mesmo que a pessoa não esteja disposta a ouvir. Existem verdades ditas apenas para agradar. Ser exemplo é desagradar, pois teremos que chamar a atenção de alguém.

Concluiu a sua fala, enfatizando que é muito difícil olhar e aceitar o exemplo da liderança, mas precisamos ser exemplo.

O Pr. Eli Alves de Souza disse, inicialmente, que esteve ao lado de pastores compromissados com Deus e que, até hoje, os mesmos servem de exemplo para o seu ministério. Enfatizou que, em todo lugar, há pessoas de boa e má conduta e que, por isso, não podemos ser tão radicais.

Em Joel 2,13: "E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal". Rasgar as vestes não significa ser um verdadeiro convertido. Muitos estão fazendo apologia dentro do evangelho. Mesmo que sejamos exemplos, muitos nos questionarão e colocarão defeitos. Jesus ao longo de sua caminhada foi aplaudido, mas, em outro momento, foi crucificado pela multidão. O nosso compromisso é com Deus. A bíblia nos mostra que chegaram a chamar Jesus de endemoninhado. Temos que ter a consciência que estamos sendo, de fato, exemplo e não ficarmos esperando os aplausos das pessoas. O reconhecimento é apenas do Senhor e não do mundo, mesmo que não sejamos reconhecidos pelo mundo.

O Pr. Walter Miranda disse que há dois tipos de lideranças: aqueles que lideram somente ovelhas e aqueles que lideram pastores e ovelhas, sendo, portanto, dois pesos completamente diferentes nessa relação de liderança. Todo o líder é muito questionado. Temos que entender que, como líderes, também somos falhos. A realidade é que como líder, sempre deixamos a desejar. Sempre queremos mais, mas temos exigências estranhas.

Como exemplo, citou a oração de um irmão que pedia mais amor ao coração do Pastor, o que aborreceu aquela liderança por estar sendo exposto, mesmo havendo sinceridade por parte daquele irmão. No entanto, existem exigências das ovelhas, no campo do exemplo, que são descabidas. Mas, como líderes, precisamos reconhecer que somos falhos e, por isso, precisamos nos confrontar, também, com lealdade e sinceridade pensando nos pastores e rebanho. Quando o líder está na direção de Deus, certamente, em alguns momentos, contrariará a vontade de seu rebanho.

O Pr. Eliel do Carmo enfatizou que existem muitas lideranças que são consideradas o "cara" e que, quando caem, levam para o fundo do poço toda a igreja. Numa pequena falha, acaba desmotivando e decepcionando muitos fiéis. O Pr. Pedrão disse que o crescimento da igreja não está relacionado à bênção de Deus. Às vezes, o diabo nem age mais sobre aquela igreja, pois o Pastor está nas mãos dele. Na hora que for derrubado, derrubará toda a igreja. Fica sempre a questão: o crescimento da igreja é a mão do Senhor ou não? O que todo o Pastor deveria falar, assim como havia sido dito pelo Apóstolo Paulo, que nos convidou a ser padrão para os fiéis: o bem que eu quero falar eu não faço, miserável o homem que sou, eu sou o maior dos pecadores.......ele tinha autoridade para dizer: sejam meus imitadores, como sou de Cristo.

Temos que ter consciência que não somos perfeitos, mas lutamos contra as nossas imperfeições. Então, procuro ser melhor como cristão e como ser humano e, consequentemente, serei como líder. Temos que olhar para Jesus que é autor e consumidor da fé. Temos como referência o nosso Pastor, mas ele é feito de carne e sangue, sujeito a falhas. Precisamos, sim, olhar para Jesus como exemplo.

O Pr. Eliel do Carmo ressaltou a afirmativa de um ouvinte que ressaltou a escassez de lideranças e liderados, dizendo que sucesso é pregar aquilo que queremos. Isso as lideranças fazem muito bem. O Pr. Adílson Henrique ressaltou que o líder não lidera para si mesmo, mas tem que se preocupar que a liderança tem impacto a partir dele. Um povo que não tem conhecimento claro, passa a ser um povo sem esclarecimento. O líder precisa ensinar de modo claro. A igreja não pode ser refém de um líder que quer fazer o que quer. A igreja é guiada pelo Espírito Santo de Deus.

A pessoa não pode ser dona da igreja, pois começa a deturpar a palavra de Deus. Ressaltou que o líder precisa ter uma formação sólida, mesmo sabendo que muitos possuem o chamado de Deus, independente de seu grau de instrução. Quem tem o chamado de Deus, é um líder. Concluiu, dizendo que a ovelha também precisa ser exemplo. Muitos caem, pois a igreja foi montada em cima do homem e e não de Cristo. No entanto, existem muitos líderes que são exemplos reconhecidos pelos membros.

Será que a igreja está visualizando essa obediência na liderança? Será que a desobediência não está nos pastores? O Pr. Eliel ressaltou que existem lideranças que aceitam e defendem apenas as suas ideias. Defendeu a ideia de que todo o líder que sabe ser liderado, será um bom líder. Será um ditador! Na época de Cristo, muitos já brigavam por prestígio. Enfatizou que muitos buscam títulos não para servir, mas para se sentirem superiores a outros. Jesus disse: "Quer ser o maior, aprenda a servir".

O Pastor precisa ter contato com as ovelhas e elas terem confiabilidade na sua liderança. Não podemos ser animadores de palco, mas sim compreendermos a seriedade do evangelho. Não vamos agradar a todos, pois nem Jesus agradou. Mas não podemos ser presunçosos e nos sentirmos maiorais, como ocorreu, no passado, com os doze discípulos. O rebanho não é nosso, mas sim do Senhor. O Pastor precisa cuidar das ovelhas, dando o seu melhor, pois haverá um dia que deverá prestar contas. Precisamos apascentá-las e orientá-las!

O Pr. Eliel do Carmo questionou aqueles líderes muitos voltados para a questão material. O Pr. Walter enfatizou que o Pastor necessita estar à disposição integral da igreja, caso a mesma tenha condição de sustentá-lo. O Pastor precisa sustentar a sua família e, por isso, necessita ter um salário digno. Assim, terá tempo para estudar, ensinar, visitar e apascentar as ovelhas. Nenhum Pastor tem 100% de aprovação rebanho. No entanto, muitos falam e o censuram apenas pelas costas. Muitos torcem para que eles caiam. Isso não é de Deus! Temos que reconhecer que, como líderes, precisamos melhorar e o rebanho, também, pode nos ajudar nesse sentido.

Até que ponto, as lideranças agem com abuso de autoridade? O Pr. Pedrão disse que alguns líderes impõe uma submissão sem respaldo bíblico, a fim de não perderem o seu poder. Incutem na mente dos membros a filosofia do medo! Quem responderá pela igreja e dará contas será a liderança pastoral.

Ao final do debate, 35% afirmam que suas lideranças não tem sido exemplos.

Concluindo, precisamos fazer uma auto-avaliação, a fim de rever onde estamos errando e reconhecer que precisamos melhorar, deixando de lado toda a soberba, mas agindo com amor e carinho.

Se você quiser aprender um pouco mais sobre tudo aquilo que foi debatido, clique acesse "Debate Melodia" - link http://melodia.com.br/audios/debate-melodia/17