O Pr. Adílson Henrique ressaltou que o tema é bastante interessante, tendo em vista que nos força a refletir sobre a responsabilidade do evangelho. Ser testemunha não é fácil, pois temos que ser verdadeiramente servos do Senhor. Muitos não servem a Deus com alegria, mas com críticas, tristeza e aguardando algo em troca. A verdadeira testemunha está, a todo momento, compactuando com a palavra de Deus e buscando uma vida de adoração e oração. E não somente em determinados momentos. Precisamos refletir, a fim de verificar se, de fato, estamos sendo testemunhas de Deus com o nosso comportamento, não somente dentro da igreja, mas, principalmente, fora dela.
O Pr. Eder Barcelos enfatizou a importância de Atos 1, 8. Ser mártir é pregar o evangelho a despeito daquilo que vai acontecer. Pregar um evangelho na igreja, sendo aplaudido pelos membros, traz uma comodidade e nos mostra o quanto é fácil testemunharmos a Cristo. Trouxe o exemplo de uma família que foi condenada à morte, no Irã, porque proibiu os seus filhos de estudarem o alcorão, mesmo sabendo que, se recuasse, a família seria liberada da morte. No entanto, não aceitou essa condição. Isso nos mostra um verdadeiro testemunho. Mesmo diante de uma grande adversidade, não negou a Cristo.
Não podemos ser vigilantes da ortodoxia moral, mas darmos um bom testemunho em todos os lugares, seja no nosso lar, no trabalho, na escola, dentre outros. Informou, também, que, para isso, precisamos ser intrépidos e possuirmos os frutos do Espírito Santo, para termos forças para testemunharmos as obras do Senhor.
Além disso, no Brasil a perseguição aos cristãos estão somente no campo das idéias. Portanto, ressaltou que poderemos observar quem, verdadeiramente, será testemunha de Cristo, quando essa perseguição for parecida com aquela que ocorre no Oriente Médio.
O Pr. Humberto Siqueira disse que testemunha é aquele que presencia um fato. No mundo jurídico, a pessoa que tem algum interesse pessoal no fato ocorrido, não pode ser testemunha. No que se refere à palavra de Deus, Jesus disse que testemunharíamos tudo aquilo que havia sido feito por Ele. No entanto, naquela época, precisávamos ser revestidos pelo poder de Deus, conforme já foi ressaltado pelo Pr. Eder Barcelos. Pois, testemunhar sobre um homem pregado na cruz e que foi tido como um criminoso jamais poderia ser algo muito fácil.
Em Atos 4,20: "Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido". Os discípulos testemunhavam tudo aquilo que haviam ouvido e visto, porque andaram com Jesus Cristo. O Apóstolo Paulo, que não andou com Cristo e não foi Seu discípulo, disse que recebeu da revelação do Espírito Santo. Atos 1,8 diz que receberíamos a virtude do Espírito Santo para que pudéssemos testemunhá-lo.
Poderíamos, então, questionar: "Como poderíamos testemunhar se não vimos?" Em 1 Pedro 1, 7 a 8: "Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo; Ao qual, não o havendo visto, amais; no qual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso". Nós não vimos, pois não estávamos lá, mas pelo Espírito Santo somos testemunhas. Esse é o critério, ter o Espírito Santo de Deus, que revela todas as coisas, pois falaremos através Dele. Ser testemunha é pregar e falar de Deus.
Quais são os elementos para uma testemunha? Em João 20,29: "Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram". O crer é o elemento fundamental para se tornar testemunha, além da obra do Espírito Santo de Deus? o Pr. Teodomiro enfatizou que, sem dúvida, o crer é o elemento fundamental. Não cremos porque vimos, mas porque cremos no Senhor e somos habitados pelo Espírito Santo. Algo sobrenatural acontece e podemos sentir a presença de Deus nas nossas vidas.
Em 1 Coríntios 15, 4 a 9: "E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E que foi visto por Cefas, e depois pelos doze.
Depois foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também. Depois foi visto por Tiago, depois por todos os apóstolos.
E por derradeiro de todos me apareceu também a mim, como a um abortivo. Porque eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, pois que persegui a igreja de Deus".
Paulo, nessa passagem, teve uma experiência gloriosa ao ver o Senhor. Não podemos vê-lo fisicamente, mas podemos senti-lo espiritualmente. Existem pessoas que não podem, juridicamente, testemunharem, pois são surdos, cegos, dentre outros casos. Mas, espiritualmente, podemos sim, sermos testemunhas, porque não somos cegos, surdos e incapazes espiritualmente para esse fim e, por isso, temos que ser testemunhas até a morte. Devemos testemunhar Cristo em qualquer situação, mesmo que isso nos custe a própria vida.
Há um meio termo para sermos terstemunhas? O Pr. Adílson Henrique lembrou do servo da orelha furada. No antigo Israel, os escravos hebreus, pagavam suas dívidas através do trabalho. A força, os sonhos, toda a vida era dedicada ao seu senhor. Em Êxodo, vemos uma determinação divina para que os escravos fossem libertos no sétimo ano de serviço: "Quando você adquirir um escravo hebreu, ele servirá seis anos; no sétimo ano ele sairá livre, sem pagamento." (Êxodo 21:2).
Alguns escravos se apegavam tanto a seus senhores que poderiam optar por voluntariamente se entregarem como escravos daqueles senhores até o final de suas vidas, sem volta para a liberdade. Como um sinal da entrega, esses escravos furavam a orelha."Então, o seu senhor o levará aos juízes, e o fará chegar à porta ou à ombreira, e o seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre", Êxodo 21:6. Escravos de orelha furada simbolizavam uma união de serviço e amor.
Como o servo da orelha furada, o servo do amor serve incondicionamente. Não podemos servir pela metade ou dois senhores. Quando servimos ao Senhor, não pode haver meio termo, mesmo sabendo que temos dificuldades e limitações. Mostramos o quanto somos servos, quando ninguém está nos olhando. Posso ter dificuldades, mas o reconhecimento de minhas limitações, conforme ocorreu com o Centurião. Quem serve por amor não questiona e reconhece que é dependente de Deus. Precisamos nos colocar como o servo da orelha furada, nos dedicando integralmente a Deus, servindo-o por amor.
O Pr. Eder Barcelos disse que precisamos desenvolver a nossa salvação. Para isso, não podemos estar sentados na igreja ouvindo e lendo a bíblia apenas. Fora da igreja passamos a ser uma outra pessoa. Nosso testemunho necessita ser constante. Não posso dar testemunho apenas quando for conveniente para mim. Tenho que testemunhar, inclusive durante as adversidades, desenvolvendo os frutos do Espírito Santo.
O Pr. Humberto Siqueira ressaltou que, em algumas situações, muitos vêem, mas não são testemunhas. Se eu apenas crer, não serei, de fato, testemunha. O que seria, então, ser testemunha? é necessário ter os frutos do Espírito Santo de Deus, conforme descritos em Gálatas 5, 22 a 23, quais sejam: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperança. Passamos a entrar num processo de santificação e começamos a desenvolver, portanto, os frutos do Espírito Santo. Ser testemunha não é ser perfeito. Preciso crer no Senhor e servi-lo por amor. Se tenho o amor, as demais coisas serão acrescentadas. Precisamos viver pregando e pregar vivendo.
Como testemunhar? O Pr. Teodomiro enfatizou que, a partir do momento que você se converte a Jesus, já deve se tornar verdadeiramente uma testemunha do Senhor Jesus. Os seus atos, suas palavras, comportamento vai falar muito profundamente às pessoas. Quando Jesus Cristo estava sendo julgado pelos algozes, Pedro assistia ao comportamento daquelas pessoas que O julgavam. Alguns disseram: "você também é um galileu". Pedro após tentar negar por trêz vezes, foi questionado e alguém disse: "a sua voz te condena". Cremos que também somos avaliados pela nossa voz, pela forma de falar, que nos identifica.
Em Atos 4, 12 a 13: "E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.
Então eles, vendo a ousadia de Pedro e João, e informados de que eram homens sem letras e indoutos, maravilharam-se e reconheceram que eles haviam estado com Jesus". Quando alguém olha para cada um de nós, deve perceber que fazemos, de fato, parte da igreja do Senhor, como ocorreu com Pedro e João, os quais foram reconhecidos pelas autoridades.
Citou, também, como exemplo bíblico, os discípulos de Antioquia, os quais foram chamados, pela primeira vez, de cristãos, em virtude da forma como viviam, pregavam e amavam, conforme podemos observar em Atos 11, 26: "E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos". Devemos viver essa realidade, crer, obedecer, praticar e, evidentemente, agir assim de modo contínuo. Devo ser cristão até o fim e obedecendo a Cristo até a morte, caso necessário.
O pior inimigo da igreja de Cristo é o pecado na vida daquele que professa ser crente, conforme descrito em Romanos 2, 24: " Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós". Muitos dizem: "para ser crente igual ao fulano, prefiro ficar na minha". O Pr. Adílson Henrique enfatizou o evangelho que é pregado e, ao mesmo tempo, "despregado", porque, às vezes, muitas estão na igreja, mas dá um mal testemunho, um cheque sem fundos, dentre outros. Ressaltou 2 Reis 4, 9: "E ela disse a seu marido: Eis que tenho observado que este que sempre passa por nós é um santo homem de Deus". Aquele homem passava por ali e testemunhava pelo seu modo de ser. Os cristãos precisam cumprir e fazer aquilo que está sendo dito, em conformidade com a palavra de Deus. Não podemos pregar algo e viver completamente diferente. Para testemunharmos, precisamos amar a Deus e trazer bons exemplos de vida.
O Pr. Eder Barcelos ressaltou Mateus 7, 17: "Semelhantemente, toda árvore boa dá frutos bons, mas a árvore ruim dá frutos ruins". Desta forma, pelos frutos seremos conhecidos. Ressaltou que o mundo sabe o que é certo ou errado e que, por isso, muitos cristãos que tem professado a sua fé acabam sendo acusados, em face do seu mau testemunho de vida.
Citou Tiago 2, 2 a 4: "Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com trajes preciosos, e entrar também algum pobre com sórdido traje, E atentardes para o que traz o traje precioso, e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé, ou assenta-te abaixo do meu estrado, Porventura não fizestes distinção entre vós mesmos, e não vos fizestes juízes de maus pensamentos?. Se faço distinção de pessoas dentro e fora da igreja, não estou exercendo a minha fé e sendo testemunha. Se tenho fé, preciso pregar o evangelho de forma genuína, mas preciso exercê-lo de fato.
O Pr. Humberto Siqueira diz que as atitudes falam muito mais que as palavras. As palavras convencem, mas os exemplos arrastam multidões, conforme a testemunha de cruz e a caminhada de Jesus Cristo, que pouco falou quando estava no Gólgota para ser crucificado.
Finalizando o debate, o Pr. Teodomiro ressaltou as palavras de Paulo em 1 Coríntios 11, 1: "Sede meus imitadores, como também eu de Cristo". Nosso paradigma tem que ser Jesus Cristo. O Apóstolo Paulo podia dizer isso, pois estava com a sua vida centrada em Jesus.
Ao final do debate, 76% afirmam serem testemunhas de Jesus. Como disse o Pr. Adílson Henrique, precisamos reconhecer se somos ou não testemunhas.
Se você quiser aprender um pouco mais sobre tudo aquilo que foi debatido, clique acesse "Debate Melodia" - link http://melodia.com.br/audios/debate-melodia/17 |
